A Tecnica em ação

Continuando...

Após os movimentos da abertura 1.c4 e5 2.Cc3 Cf6 3.g3 Bb4 4.Bg2 0-0 5.e4 Bxc3 6.bxc3 c6 7.Ba3 Re8 8.Qb3 d6 9.Ne2 Na6 10.d3 Nc5 11.Qc2 temos a posição do diagrama abaixo:

 
O que podem jogar as pretas? Elas desejam evitar os simples lances de desenvolvimento tais como 11... Bd7 ou 11...Be6 desde que não façam parte de um plano em particular. Dizer que o plano é simplesmente desenvolver suas peças é um erro! Lembre-se: Primeiro encontre um plano, depois desenvolva suas forças em volta disto! Nunca negligencie o desenvolvimento e espere encontrar um plano a qualquer ponto mais tarde do jogo.
A Primeira coisa que nós temos que reconhecer são os desequilíbrios. As brancas tem o par de bispos, mas neste momento o bispo de g2 está inativo e o cavalo preto de c5 está muito bem posicionado este cavalo é tão bom quanto qualquer outro bispo. As brancas possuem peões dobrados, mas eles não são uma fraqueza nesta posição. O peão de c4 dá maior controle  a casa d5, simultâneamente o peão de c3 controla d4, assim prevenindo a infiltração do cavalo preto por Ne6-d4. O Ultimo desequilíbrio a se considerar é a falta de colunas abertas para as torres. A Única disponível é a b e só pode ser usada pelas brancas se assim desejarem.
Desde que o material é igual, e nenhum tem espaço a mais ou está a frente no desenvolvimento, isto termina nossa separação de desequilíbrios nesta posição. Tenha em mente que estamos apenas listando, não julgando seus respectivos valores.


Agora precisamos reconhecer que lado do tabuleiro podemos jogar, lembre-se, devemos jogar no lado que haja um desequilíbrio favorável ou que haja a possibilidade de criar um. Isto é extremamente importante! Digamos que o jogador das negras ama o ataque! Nada daria a ele mais prazer que um ataque de mate! Tal jogador naturalmente olharia para o flanco do Rei apenas sobre qualquer posição. Neste caso, que fatores existem a favor das pretas no flanco do Rei? A Resposta é simples: Nenhum. Com nenhuma fraqueza por parte das brancas na ala do rei e quase nenhuma peça preta ajudando nesta direção. As pretas precisam se acalmar e olhar para outro lado.
Sendo que o flanco do rei não aparenta ser a “Terra Prometida”, precisamos mudar nossa atenção para o centro. Aqui temos alguma esperança de jogo devido a influencia de seus cavalos neste setor. Entretanto, desde que não haja fraquezas para atacar ou casas fortes, deveríamos forçar isto com um avanço central. Assim um plano central deveria revolver em volta da ruptura ...d6-d5. Este tipo de avanço nos daria mais controle central e uma potencial abertura de coluna para nossas torres. Uma vez que encontramos um interessante caminho vamos para o próximo passo: a criação de uma posição na qual se deseja chegar.
Sem calcular, colocamos mentalmente as peças nas posições desejadas em ordem de seguir o plano, no caso ....d6-d5. Aqui notamos que o cavalo de c5 ficaria no “ar” se movermos o peão “d” muito rápido. Nós devemos tomar cuidado para que a resultante abertura do centro não ative o bispos das brancas. Para este fim, deveríamos tirar fora o um bispo, ou pelo menos trocar o bispo de g2( Isto vai de encontro a uma regra que falaremos mais tarde: Se o oponente tem o par de bispos, troque um. Isto levaria a uma situação de bispo x cavalo, que é bem mais gerenciavel). Para preencher estas ideias seguiremos com a seguinte configuração:



Veja como ficou. As pretas colocaram suas peças e peões nas posições desejadas... não foi jogado, apenas fantasiou esta posição mentalmente. Ele então decide se isto o levará a algum lugar. A Primeira vista o diagrama mostra que as pretas tem bom jogo. Entretanto é necessário admitir que este cenário tomaria muitos lances. O Que as brancas estariam fazendo neste meio tempo? Para responder isto você deveria fazer os mesmo estágios para seu oponente. Assim que seu turno acabar, as brancas corretamente planejam a expansão da ala do Rei através do avanço f2-f4. Note que isto pode ser realizado muito rápido através de 12.0-0 e 13.f4. Então terminamos nosso interessante plano de expansão central, visto que o contra-jogo branco é o tema de pawnstorm pelo flanco do Rei. O problema é o tempo! O plano branco é mais rápido que o nosso. Se decidirmos que vamos jogar, então devemos selecionar os Lances Candidatos ( lances que ajudam-nos a atingir a posição desejada ) . Neste caso o único lance que deve ter consideração é 11... b6. Devemos então analisar isto e, se tudo for verificado, armazenar isto como uma ideia jogável. Nós ainda não queremos jogar porque ainda não exploramos as possibilidades de um plano no flanco da dama.
Então voltamos nossa atenção ao flanco da dama. Existe alguma fraqueza na qual podemos atacar? Não. Entretanto, o forte cavalo de c5 está situado por lá e também os peões dobrados das brancas( que até o momento, não representam fraqueza) Sendo que não possuímos um alvo claro para atacar, podemos criar um? Podemos abrir linhas aqui? Sim, com ... b7-b5 nós podemos forçar uma imediata crise. Após 11.. b5 12.cxb5 cxb5 as pretas criaram um ganho de espaço do flanco da dama e também criaram uma fraqueza no campo branco: Um peão atrasado em c3, para tornar a questão ainda melhor este peão situa se em uma nova coluna aberta. Nosso plano é óbvio, Mover o bispo, colocar a torre em c8 e colocar pressão na fraqueza, agora acessível das brancas, o peão de c3.
Então nos voltamos para as escolhas, Jogar no centro? Ou no flanco da dama?
Note que as pretas não se preocupam com o plano branco de Bxc5, pois após ...dxc5 as pretas podem fazer uso da sua coluna "d" aberta e usar a torre pra fazer pressão no peão de d3 atrasado!


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